Apenas por pessoas de alma já formada

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Posso dizer o que eu vejo em você

Eu vejo alguém com um coração bom, que cuida bem daqueles que ama e até dos que não ama. Que magoa as pessoas ao cometer erros, mas todos nós erramos. É humano errar. Eu vejo um ótimo ouvinte e um bom amigo. Companheiro, carente, embora carinhoso. Eu te vejo além da superfície e o mais estranho nisso tudo é que você costumava me ver assim também. Você sempre foi meu porto seguro e me parte o coração pensar no quanto fui egoísta. Nas últimas vezes que nos vimos, eu sempre usei seu ombro amigo para choramingar meus problemas bobos, sem me preocupar uma só vez em averiguar se, quando você respondia que estava bem, você realmente estava. Eu não vou te dizer como é sua vida, meu bem, e tudo mais que você deve lembrar nesses tempos de amnésia, primeiro porque deve ser a última coisa que você quer, já que eu presumo que é só disso que todos falam com você. E segundo, porque eu nem poderia, já que eu não me importei o suficiente para saber se realmente estava tudo bem com você. Eu não sei como andava sua vida e não é algo que eu me orgulhe. Toda vez que eu fechava a porta do carro ou de casa, eu sempre me arrependia por não ter feito você desabafar comigo, da mesma forma que eu desabafei com você. Antes de vir para cá, eu passei o caminho inteiro pensando no que te dizer, mas a verdade é que eu não vim aqui para falar. Eu vim aqui para te ouvir. Para saber se está tudo bem. Se você não está se sentindo frustrado em estar preso a essa cama sem lembrar de nada ou ninguém. Como você está? Acredite, eu sei que pode parecer assim, mas eu não sou uma estranha.


há amor cá também
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Doesn't really matter

Ele foi o primeiro a me tranquilizar. Não me disse: "vai ficar tudo bem, não fica assim, não", da boca para fora como tantos falaram. Na verdade, ele não disse nada. Apenas me abraçou que era tudo o que eu precisava naquele momento. Antes pegou o carro e me assegurou, quando lhe liguei desesperada: "estou aí em meia hora.". Em vinte e oito minutos, que pareceram uma vida e meia, e lá estava ele, na porta de minha casa. Meu rosto sorriu, mesmo com o coração chorando dentro do peito. Não precisei pedir. O abraço foi instântaneo e a dor foi desinchando automaticamente.
Um silêncio e um gesto, às vezes, falam mais alto que palavras, que para a dor não tem o menor sentido, já que continua pulsando por aqui. Não importa o que digam.
posted by mente inconstante at 08:03 2 comments

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ironia

Ela se pinta de amiga, mas quer roubá-lo de mim. Deixa escapar risadas altas, soltas propositalmente para me atacar. Finjo que não ligo. "Não sou ciumenta!", minto, mas estou morrendo de raiva que, no fundo, não passa de ciúmes. E nem posso cobrar nada dele, já que nunca foi meu. Não seremos nunca donos de alguém, por mais que exista a ilusão. Mas qualquer dia desses escuta bem, garota, eu ainda lhe parto as fuças! Não doerá. Murro de "amigo" nunca dói. [ironia]
posted by mente inconstante at 08:46 1 comments

domingo, 10 de julho de 2011

Quatro

Pede-me desculpa, por favor, por ter saído de nós assim sem aviso prévio. Implora-me perdão por ter sido imprudente com a sua vida. Volta atrás naquele acidente, porque a dor aqui está grande e para esse tipo não há anestesia que dê jeito. Me diz como eu faço para seguir em frente, quando tudo o que quero é voltar para os teus braços? Olho para cama vazia. Sinto os olhos marejados ao perceber tua ausência latejando. A verdade é que o tempo passa e tudo mais, menos a saudade que me fará o favor de não me deixar te esquecer. Você continuará existindo em mim, isso eu prometo. Porque as lembranças são fortes a esse ponto. Agora mesmo, quando penso em você, sinto sua presença como se estivesse de fato na minha frente. Não está. E isso é o que dói tanto em mim. Nunca estará. Nunca mais. Por que "nunca" precisa ser uma palavra tão forte? Sinto-a como uma dor latente. Já fazem quatro meses e uma vida sem seus beijos em mim.
posted by mente inconstante at 23:59 3 comments

terça-feira, 5 de julho de 2011

Falsas barreiras

Caminho sobre a água, efetuo milagres, só para ver você. Você que inventa lagos entre nós, desenhando obstáculos que julga difíceis o suficiente para manter-te longe de mim. Mas o que você não entende é que quando o desejo é grande não há barreiras, meu ingênuo amor. Logo perceberá que o lago secou e não há motivo algum para impedir-me de chegar até você. Esse lápis de cor que carrega nas mãos um dia acabará, melhor para você que não seja junto a meu afeto. Ele precisa ser regado. Ato que você nunca efetua. Quem sabe, um dia. Que não seja tarde e já marque a hora de ir, para o teu próprio bem.
posted by mente inconstante at 07:09 1 comments