Apenas por pessoas de alma já formada

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Imaginação

Menina corria o risco de ser quem realmente era apenas quando estava sozinha, longe de olhos alheios. Perdida em um mundo só seu, onde ninguém lhe julgava por sincera não ser. Sim, ela mentia, mas não por gostar de enganar as pessoas. Mentia para fugir do pesadelo que era sua vida. Inventava arco-íris em seus céus nublados. Criava raios de sol em sua varanda, mesmo que soubesse que nunca seria capaz de forjar o sol. Até a chuva nunca era verdadeira. Conseguia criar apenas respingos de água. Sua varanda, eu disse? Nem casa, nem tampouco varanda possuía a pobre menina. Mas mentia dizendo que, sim, possuía. Um castelo onde tudo era possível ter. Era rica, nisso ela não mentia. Rica em imaginação.
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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Clima

O tempo fecha. Nuvens obscuras preenchem o céu. Você não consegue achar um buraco sequer de luz. Um dilúvio. Só pode ser. O clima está pesado demais para um simples chuvisco. Então, vem. Primeiro, o trovão. Depois, os raios. Por fim, as gotas. Pedaços do céu caem perante seus olhos. Gotas torrenciais de chuva. Tanta água. E, assim, simplesmente do nada, pára. O céu limpa como se não houvesse ocorrido dilúvio algum. O vento tudo seca. As nuvens se abrem. Mas você sabe que choveu. A memória está ali para lhe lembrar. Até que você percebe. Não há como evitar a chuva. Mas há como admirar melhor o céu quando ela pára. Não há mais gotas d’água em seus olhos lhe impedindo de ver que, depois de cada chuva, há um raio de sol, logo ali, esperando para tocar você.
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posted by mente inconstante at 21:06 6 comments

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Pergunta

- O que é isso?
- Não sei, mas se você não lembra é porque não vale a pena.
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posted by mente inconstante at 23:22 6 comments

domingo, 7 de outubro de 2012

Amor da minha vida

Minha respiração acelera. Meus olhos se enchem de lágrimas. O vazio dentro de mim lateja e eu já não consigo mais dormir. Eu viro de um lado para o outro e apenas uma solução me vem à cabeça: você. Você que eu ainda nem conheço, mas que sei que existe. Sei que anda por aí tão sozinho quanto eu. Que também perde o sono tentando expulsar do pensamento a vontade que lateja dentro da gente. A vontade de amar e ser amado. A vontade de pertencer à alguém e saber que apenas o nosso amor será a solução. A solução de toda essa tristeza e desse buraco que parece que nunca será preenchido.
.- Você tá com uma cara abatida. – ele me disse. – O que aconteceu? – ele me perguntou.
- É que eu sinto tua falta. – eu, triste, respondi.
- Mas você nem me conhece. – ele não entendeu.
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- Não ainda. Mas eu sei que você está por aí em algum lugar.
- Como você pode ter tanta certeza? – ele ainda não acreditava na minha aparente convicção.
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- Eu não tenho, mas eu preciso acreditar que você existe e que um dia vai me fazer a mulher mais feliz desse mundo. Caso contrário, fica difícil. Viver em um mundo sem esperanças não é viver para mim.
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- Você precisa de mim. – ele afirmou, não era uma pergunta, mas eu, mesmo assim, respondi – Sim, preciso.
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- Esse teu rostinho abatido acaba comigo. – ele falou olhando no fundo dos meus tristes olhos.
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- Então, aparece e me faz feliz. Viver nessa eterna procura não me faz nada bem.
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- Eu prometo que vou aparecer. – ele parecia sincero.- E eu prometo que vou esperar. – eu precisava acreditar.
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posted by mente inconstante at 19:47 13 comments