Apenas por pessoas de alma já formada

sábado, 30 de outubro de 2010

E se...?

E, se eu abrisse o berreiro, alguém se importaria o bastante a ponto de me confortar em seus braços e não mais me largar?
posted by mente inconstante at 18:30

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Caminho

A água transparente escorre do céu. Cai na terra e segue pela rua. Lá ela vai. Indo e indo. Sem nunca parar. Passa pela moça que lava a calçada, pelo casal que apaixonado se beija, pelo senhor que corteja a menina, pelas crianças que distraídas brincam, passa até pelo cachorro que dela bebe. Mas não para. Segue rápido demais para admirar por mais tempo todas as cenas pelas quais acabara de passar. Não que ela tenha culpa. É a velocidade com que tudo ocorre. Rápido demais para ela viver.
posted by mente inconstante at 17:35 4 comments

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Open door

Quem foi que saiu por último? Não, não olhe para mim. Não fui eu que esqueci a porta aberta. Não importa quem foi e sim corrigir o erro? Mas se alguém deixou aberta e voltou, importa e muito, pois o erro não é a porta escancarada do jeito que está e sim quem quer mantê-la desse jeito.
posted by mente inconstante at 18:33 3 comments

domingo, 10 de outubro de 2010

Instável insanidade

Pareço uma louca maníaca depressiva. Mudo de opinião em um piscar de olhos. Vejo que sua paciência já se esgotou comigo e eu poderia muito bem sair desse carro sem olhar para trás. Mas não aguento ser tachada de chata. Que estraga-prazeres! Então, interpreto. Finjo que sou a mesma boba inconsequente de semanas atrás que não pensa no que deveria. Atuo. Estou gostando. Farsa. Mas no final não é que tudo ganha um aspecto diferente? Fica bom, meu amor, muito bom! A peça superando a atriz. O roteiro não era assim tão ruim, mundo real.
posted by mente inconstante at 18:30 2 comments

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

This fucking past

As lembranças ruins tem vida curta em nossas memórias. As que se enraizam mesmo são as boas. E vai tentar explicar uma situação ruim para o coração se a memória dele nem consegue fazê-lo lembrar de ter ocorrido. Então, fica aquela inquietação cravada no peito. Uma vontade de ver, tocar, beijar. Saber se o beijo e abraço continuam bons. Se ele ainda vai te causar calafrios ou se seu fôlego ainda vai sumir ao olhar aqueles olhos que tão facilmente te enfeitiçam.

Você sente a sua falta. O mundo nos ensina que essa dor (a dor que a ausência dele está causando) é passageira. E se não for? E se aquele sentimento bom que você sentia por ele é realmente isso que todos chamam de amor?Nós guardamos o amor dentro de nós. Lá no fundo de nossos corações. Não é que nós queiramos guardá-lo lá. Mas ele se deposita de tal forma que a nós não resta nada a não ser aceitar. Aí o objeto de nosso amor aparece e balança nosso mundo. Aquele mesmo mundo que nós demoramos tanto para recompor. Nossas pernas ficam bambas, o ar parece ficar rarefeito e ele parece mais lindo do que nós lembrávamos.
Nós queremos um príncipe encantado. Temos medo de ficarmos sozinhas. A saudade faz com que nossos ex pareçam príncipes. Sem defeitos, sem lembranças ruins. O desejo invade nossa alma e nos atormenta de tal forma que fica difícil se concentrar. De repente, nós nos pegamos concentradas nos planos para tê-lo de volta. Eu estou assim. Assombrada por um amor que deveria ter acabado há quatro anos, mas que para minha angústia não terminou. Ele tem namorada séria há anos. Eu tenho alguém já há alguns meses. Mas isso não impede as faíscas que saem de nossos olhares quando nos vemos.
Foi promovido há alguns dias um encontro. Eu esperava uma festa, mas fomos comportados e não houve festa. Apenas o desejo, não de uma festa (porque é coisa rápida e passageira demais), mas de uma felicidade derradeira que estando assim tão perto dele presente só me parece ser possível nos braços desse distante passado. Não vim aqui tentar dar uma lição de moral. Vim tentar encontrar uma solução, porque desde que o vi me olhar como se eu fosse a única mulher do mundo, a pergunta que não sai da minha cabeça é: por que diabos nós decidimos que o melhor era ficarmos assim separados?
posted by mente inconstante at 19:38 2 comments

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Abstinência

EU PRECISO AGORA! Não consigo! Estou ficando louca! Só mais um pouco, vai! Uma última vez! Que diferença vai fazer? Eu prometo que depois eu paro. Não vou mais. É serio! Eu só preciso dessa despedida. De um jeito apropriado para dizer "adeus". Não é pedir demais. É pedir de menos. Eu sei que é. Sou eu que vou sofrer as consequências. Qual é? Eu deveria ser capaz de decidir por mim mesma! Não tenta me convencer do contrário! Só realiza uma última vez o desejo dessa viciada? EU QUERO VER VOCÊ!
posted by mente inconstante at 18:55 1 comments

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mais uma tarde como outra qualquer

Há crianças brincando, bolas rolando, pipas subindo. Há felicidade no coração daquelas crianças. Sorrisos naqueles pequenos rostos, mas, acreditem, eu não consigo ver nada disso. Tudo que sou capaz de enxergar é tristeza. O som do choro soluçado de uma menina que machucou o joelho. A solidão de um menino excluído de um jogo de futebol. Não absorvo alegria. Isso não me chama atenção. O que atrai meus olhos é sempre a infelicidade alheia. Os gritos das crianças ecoam dentro de mim e eu não faço nada para abafá-los, porque, quando menos espero, lá estou eu, também gritando no meio deles e pior: feliz em toda aquela histeria. A brincadeira feliz não me interessa. Eu preciso achar alguém para entrar em comunhão com a minha tristeza.
posted by mente inconstante at 19:28 4 comments