Apenas por pessoas de alma já formada

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Felicidade indescritível

Nosso encontro não foi perfeito, porque deixou gostinho de quero muito mais e não houve oportunidade para matarmos toda essa vontade. Uma viagem atravessou nosso caminho. E eu pensava todas as noites, antes de dormir, em você. Na noite em que voltaria dessa incoveniente viagem e finalmente poderia terminar tudo que ficou em nossa mente inacabado. A distância era apenas um obstáculo. Eu jamais pensei que nos separaria. Pelo contrário, nos uniu ainda mais. E, um dia, eu voltei (finalmente). Início de manhã, final de madrugada. Você caminhou até mim. Lembro da sensação de te rever após tanto tempo: felicidade indescritível. Frio na barriga, sorriso no rosto. Eu também caminhei até você. Eu queria te encher de beijos, abraços e mimos ali mesmo. Abraçar forte (tão forte para nunca mais soltar). Mas, ao invés disso, eu apenas segurei sua mão. Nervosa. (Tão nervosa, meu Deus!) Minhas mãos involuntariamente tremiam. Será que você percebeu? Você parecia o mesmo (não mudou em nada?). Eu tentava ler em seus olhos um sinal qualquer de hesitação. Nada vi. Pelo contrário, você me olhava fascinado com alguma coisa em mim que nem eu mesma conseguia identificar. Você me disse, por fim, um "oi" rouco com o rosto inchado pelo sono, de certo, interrompido e eu quase desejei não ter te acordado só para me buscar. Como fui egoísta! "Te acordei muito cedo?", perguntei envergonhada. "Não, tarde até demais", ele me respondeu, dando-me um beijo imediato. Foi o melhor "seja bem-vinda de volta" que já recebi.

- Como eu senti falta do teu beijo! - eu lhe disse, sem fôlego, logo depois que ele me deu aquele beijo que sempre parou meu mundo. Já ele me disse:
- E eu senti falta de tudo em ti.

Ele não precisou dizer mais nada. Como eu demorei tempo demais para voltar! Era tudo o que eu precisava ouvir. Você nunca foi de falar muito, mas sempre soube as palavras certas a usar. Eu também senti falta de tudo em ti, meu amor.

Feliz Natal atrasado, gente, e um FELIZ ANO NOVO antecipado! Obrigada a todos os comentários e todo mundo que me acompanhou nesse ano de 2009. Que 2010 nos reserve grandes (e agradáveis, claro) surpresas! ADORO todos vocês!

:)

posted by mente inconstante at 11:57 5 comments

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Imprevisto (parte 2)

Eu não aguentei muito tempo. Eu me perdi de novo de meus amigos, mas dessa vez eu sabia muito bem como voltar. Eu quis me perder. (Eu, na verdade, quis me encontrar. Encontrar-me aquele beijo que não saía da minha mente. Ou me perder ainda mais nele) Eu dei voltas e mais voltas. Eu olhei para os quatro cantos. Até que tive outro insight. Ele me disse (na festa da qual poucas coisas lembro) que gostava de ficar de cara para a banda, bem próximo do palco. Impossível, eu pensei, mas fui ainda assim. Eu precisava encontrá-lo. Aliás, seu nome, se minha fraca memória não estiver enganada, era Fernando.

O show estava lotado demais, mas eu tentei ainda assim chegar próximo ao palco pra lhe encontrar.

- Nando? – eu abordei alguém que parecia demais com ele. Não era. Dei um sorriso amarelo para a pessoa erroneamente abordada e desisti. Olhei para o lado, para frente, para trás, nada. Nem sinal dele. Impossível, repeti novamente para mim mesma já cabisbaixa. Até que...

- Vanessa? – alguém me chamou.
- Fernando? – eu olhei a voz que eu tanto queria ouvir.

Ele mais uma vez me achou perdida. Ele me viu, antes que eu o visse.

- Eu pensei que você detestasse ficar tão próxima do palco. – ele realmente lembrava mais da noite em que nos conhecemos do que eu. Eu não falei que ao lado dele não era tão detestável ficar próxima assim do palco. Deixei quieto.
- Eu estava te procurando. Por que você fez aquilo?? – perguntei indignada. Ele não entendeu minha pergunta. Deveria entender?
- Aquilo o quê? – perguntou ele, confuso.
- Me beijar e ir embora daquele jeito!?
- Você não queria que eu te beijasse? – ele me interrompeu, mais confuso que antes.

Eu ri de sua pergunta. O problema era exatamente esse. Eu queria, mas não só um. Eu queria muito mais.

- O que significou aquele beijo?? – eu perguntei. Eu só perguntava. Não respondia.
- Ué. Foi o beijo que você ficou me devendo naquela noite. Dessa vez, eu sabia que você ia lembrar. – ele tinha os olhos mais penetrantes que eu já havia visto em toda minha vida. Como pude me esquecer daqueles olhos?
- Eu não me lembro daquela noite. – admiti introvertida. Eu não gostava dessas falhas de memória.
- Eu sei que não. Mas eu vou lhe fazer lembrar. – e assim, de repente, me deu um beijo. Eu não sei se lembraria da noite que minha mente insistiu em esconder de mim, mas daquele show eu COM CERTEZA lembraria. Que beijo ele tinha! Assim que parou de me levar às estrelas com seus lábios sabor de menta, ele virou seu corpo e não disse mais nada. Apenas segurou uma das minhas mãos e voltou a assistir ao show.
- Você sabe que eu não vou deixar você voltar para os seus amigos, nem que você queira, não sabe? – ele falou no meu ouvido depois de alguns minutos. Eu quase não consegui ouvir suas palavras. O som estava alto demais.
- E por que não? – eu GRITEI, já antecipando em minha mente sua resposta.
- Porque eu não quero você um metro que seja distante de mim. – ele me abraçou, me protegendo do empurra-empurra constante e dando beijos em minha nuca que me arrepiaram durante toda noite.

Engraçado. Nós assistimos ao show como se namorássemos há tempos e hoje aquela medíocre banda é uma das minhas favoritas. Cada música sua é como uma nota crescente de nosso novo amor.

A banda, de repente, não pareceu mais tão medíocre. Minha noite não pareceu mais tão chata. Eu, de repente, fiquei tão bem humorada.

:)

posted by mente inconstante at 12:47 13 comments