Apenas por pessoas de alma já formada
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Parte I
As cores reluziam perante meus olhos. O amarelo do sol tocava o verde das árvores que contrastava com o azul do céu. Não era um céu limpo. Um cinza claro se impunha sobre aquele lindo azul celestial, mas não tirava sua beleza. Eram nuvens apenas. Eu havia recém acordado. Meus cabelos presos em um coque improvisado. Calça jeans, camiseta branca, um tênis qualquer e uma bolsa transpassada no corpo. Cara limpa, tão sem espinha e olheiras (que estranho isso, aliás), quanto sem maquiagem. Um bocejo. Como eu odiava acordar cedo. Então, de repente, você apareceu. Primeiro, admirou as cores que reluziam perante nossos olhos. Depois deu um bocejo tão largo quanto o meu. Você também tinha um rosto tão limpo quanto o acima descrito. Rosto de quem acabou de acordar e deu uma boa lavada não só por higiene, mas também para finalmente despertar. Depois do bocejo, você me olhou um pouco desconcertado. Talvez envergonhado pelo bocejo dado. Que fofo! Como parecia educado. Eu deveria ter me maquiado. Você estava tão mais que eu arrumado. Como aquele era o dia errado! Você olhou para o chão, depois lentamente subiu o olhar em minha direção. Como você conseguia ser tão lindo àquela hora? Ninguém podia ser tão encantador às seis e meia da manhã. Ele não parou de olhar para mim. Será que meu rosto estava sujo? Será que eu estava enganada e havia alguma espinha ou olheiras em meu rosto? Você se aproximou ao perceber o que nem eu havia notado: uma folha de papel caiu de meu caderno.
- Creio que isso seja seu.
- Ahn? (olho o pedaço de folha com meus garranchos) Ah, obrigada.
E ele nada mais disse. Seu ônibus chegou e com ele partiu. ‘Creio que isso seja seu’ foram as únicas palavras que eu dele ouvi. E ele partiu. O garoto dos meus sonhos. Foi assim que eu o vi. Pela primeira vez em meus sonhos e pela segunda em uma parada de ônibus às seis e meia da manhã...
- Creio que isso seja seu.
- Ahn? (olho o pedaço de folha com meus garranchos) Ah, obrigada.
E ele nada mais disse. Seu ônibus chegou e com ele partiu. ‘Creio que isso seja seu’ foram as únicas palavras que eu dele ouvi. E ele partiu. O garoto dos meus sonhos. Foi assim que eu o vi. Pela primeira vez em meus sonhos e pela segunda em uma parada de ônibus às seis e meia da manhã...
(continua)
posted by mente inconstante at 17:30
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