Apenas por pessoas de alma já formada

quinta-feira, 18 de março de 2010

Deserto árido

Ela andava como se uma de suas pernas estivesse quebrada e fosse assim incapaz de ajudá-la a se locomover. Caminhava como se arrastasse o membro incapacitado e tinha uma dor no rosto. Rosto de quem sofre. Ela estava prestes a cair. Lutava para continuar em pé. A face suja. Cabelos soltos cobriam seus olhos. Ela olhava para baixo enquanto caminhava, meio corcunda, como se pesasse algo em si. Andava como se carregasse o peso do mundo. Ela definitivamente estava prestes a cair. Seu joelho direito sangrava. Talvez, estivesse realmente com uma das pernas quebrada. Precisava de ajuda, mas não havia ninguém por perto para ajudá-la e ela não sabia o que fazer para curar aquelas feridas abertas que precisavam de pontos para cicatrizar. Provavelmente não cicatrizariam nunca. Como doía caminhar! Ela sabia que se caísse não seria capaz de se levantar. Não mais uma vez. Seria demais para ela tentar uma segunda vez. Praticamente não tinha mais força alguma. O calor incessante do deserto árido. Sua boca seca estava mais branca do que sua pele, que de branca não tinha mais nada. O sol tostava a epiderme. Ela estava em um vermelho de quem está prestes a obter uma ensolação. Os lábios rachados, a pele ardida, os cabelos queimados, a perna dolorida, o corpo cansado, prestes a sucumbir. Ela não podia desistir, mas já não tinha mais forças. Começava a delirar. Via um oásis à sua frente e um rapaz lhe esperando de braços abertos, logo no exato momento em que seu corpo cedeu. Ele a segurou com um abraço. Ela não agradeceu. Apenas uma palavra veio à sua mente e foi o que disse a ele: "Água", apontando para o rio atrás deles. O rio sumiu. Sua alucinação desapareceu. Mas o rapaz era real. Ele continuava segurando-a nos braços. "Eu estou morrendo, não estou?", ela falou ofegante suas últimas palavras. Ele não respondeu. Apenas molhou seus lábios. Lábios tão lindos não deveriam morrer daquele jeito. Ele disse, logo após o intenso beijo, ao qual ela correspondeu: "É apenas um sonho. Logo tudo passa." Ele sussurrou as palavras em seu ouvido. Ela enfim, faleceu e ele sorriu. Aquele em quem batera nunca mais a teria.
(continua)
posted by mente inconstante at 11:58

5 Comments:

Nossa... eu quero ler mais *------*

18 de março de 2010 às 15:14  

Ui! Chocante...
Também quero ler mais.
Saudade daqui.
Beijo.

18 de março de 2010 às 18:35  

Como assim???
Continua...
Cada a próxima parte???
Brincadeirinha...
Uau!!!
Me coloquei no lugar da personagem...
Adorei!!!
Quero ler mais também!!! =D

Bjs

19 de março de 2010 às 15:19  

Nossa!quero ler mais e mais.Adoro quando tem continuação ^^)
Vanessa tem o e-mail lá com a senha e o e-mail do nosso blog.
Bom fim de semana,beijo

20 de março de 2010 às 14:53  

Adoro teus textos e fico ansiosa esperando a continuação.. *--*
Fiquei um tempo afastada, mas espero poder ter cabeça pra continuar na frente do pc e poder ler seus textos..
bjus

20 de março de 2010 às 23:58  

Postar um comentário

<< Home