Apenas por pessoas de alma já formada

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ressaca

Ele me magoara. Meu coração fora partido e o que a gente faz com raiva nas veias? Essa mesma raiva que me enlouquece e que corre rápido, fazendo o sangue subir à cabeça. Eu não raciocinei. Sei somente agora a dimensão de meus atos, porque não estou mais tonta. Já me sinto capaz de analisar corretamente as conseqüências do que faço. Do que fiz. A bomba vai explodir a qualquer momento e o medo de sua reação já rege minhas emoções. Meu Deus, o que faço? Quais serão seus pensamentos? Mas ele já está com outra, então não deverá sentir. Tento inutilmente me iludir. É claro que se importará. Talvez, perdoe seu melhor amigo, mas a mim não. Jamais terei seu perdão. Agora é tarde demais. Não há como voltar no tempo. Eu preciso, Dio mio, relaxar. Jovem morre de ataque cardíaco fulminante. Já vejo até meu retrato no jornal.
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- Eu contei a ele. – o Fernando me confidencia sem mais delongas.
- Você o quê?? – o ataque cardíaco parece se aproximar cada vez mais rápido.
- Deduzi que seria melhor assim. Que ele soubesse por nós e não pelos outros.
- E o que ele falou? – eu não o questionei: “Não! Por quê? Você não deveria ter feito isso.” Já estava feito. Não tinha como voltar ao passado e mudar. "O que ele falou?", foi só o que eu perguntei.
- Inicialmente nada.
- Peraí. – interrompi-o apreensiva. – O que você disse?
- Disse que eu e você nos esbarramos no Malauí e que acabamos ficando. Eu disse que não foi nada planejado, mas que eu gostei e que, embora eu não tivesse conversado com você ainda, eu realmente queria repetir a dose. Disse também que não é só curtição. Que eu te respeito muito. Que você é uma garota muito especial e que eu queria saber a opinião dele a respeito.
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Inicialmente fiquei sem palavras. Depois, consegui com esforço perguntar:
- Você disse tudo... isso?
- Por que não?
- E ele não falou nada? – indaguei incrédula.
- De cara não. Depois, ele perguntou o que você achava de tudo isso. Eu repeti que ainda não havíamos conversado desde então, mas foi bom, V. Não foi? – e eu vi, naquele ponto em diante, que o relato acabara, agora era a nossa vez. O que será de nós? Há um nós agora?
(continua)
posted by mente inconstante at 12:40

4 Comments:

Espero que sim...
Hum...
Estou mega curiosa...
Quero saber o que vai acontecer...
Hehehe...
Ideias...

Bjs

P.S.: Tem um desafio no meu blog pra ti...

7 de julho de 2010 às 23:21  

Os detalhes desse seu blog são demais, a frase Este blog é como um blog qualquer "mas eu ficaria contente se fosse lido apenas por pessoas de alma já formada".é perfeita!
Parabens!

8 de julho de 2010 às 10:13  

Nossa que tenso, já quero ver a continuação.
Gostei do blog.
Já vou virar seguidora.

Bjks.

9 de julho de 2010 às 10:29  

Simplesmente adoro seus textos e como eles prendem minha atenção :) Acho q já disse isso aqui antes mãss enfimm.
Bjosss continue assim.

9 de julho de 2010 às 11:53  

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