Apenas por pessoas de alma já formada
terça-feira, 13 de abril de 2010
Em terceira pessoa
O chão sujo era o cenário apropriado para aquela cena. Sangue escorria de sua boca. Os olhos verdes brilhavam límpidos em seu rosto. Mas o resto, todo o resto, estava sujo. Quase tão sujo quanto aquele piso. Sujo de poeira, de sangue, de vergonha e decepção. Ele se mesclava ao cenário, abandonado, sem orgulho algum no que se tornara: um homem caído humilhantemente em uma suja superfície. Caído como trapo velho. Esquecido como indigente. (Como pôde, aliás, se tornar um indigente? Como pode qualquer pessoa se tornar um esquecido não reconhecido pela sociedade?) Ele quase podia ver a baba escorrendo de sua boca, descendo por seu queixo e pescoço. Ele parecia inconsciente. Não sentia mais seu próprio corpo. Estava fraco demais e nada o motivava a levantar. Ele perdeu tudo. Tudo o que era. Tudo o que julgava importante. Ainda assim não fora capaz de revidar. Ele deu o primeiro soco no assassino de sua amada, mas não revidou o restante. A pouca força que possuía, depois do ego brutalmente ferido, se foi inteira no primeiro soco. E o que restou foi somente ele caído no chão sujo à que se mesclara.
(continua)
posted by mente inconstante at 23:59
3 Comments:
Homem morto desde quando sua amada foi morta.
;*
Curiosa...
Quero ler mais!!!
Bjs
aiiiii ele não pode morrer Vanessaaaa :p
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