Apenas por pessoas de alma já formada

sábado, 22 de agosto de 2009

Final

Mas quando ela soube que se veriam novamente, seu coração voltou a palpitar. Ele finalmente veio. Eles por fim se encontrariam. As pernas dela tremiam. Tique nervoso. Seu corpo transmitindo o que sentia naquele momento. Um misto de nervosismo e ansiedade. Quanta demora! Mas o que eram alguns minutos perante os meses que já havia esperado? Eram minutos apenas, mas que mais pareciam séculos sem ele à sua vista.
– Pensar que daqui uma hora já estarei em seus braços. Passa tempo, passa. Mas congela no instante em que eu vê-lo em diante. Ah, como sei que será o contrário! – ela dizia a si mesma.
No entanto, não foi o que esperava. O momento chegou. Lá estava ele. Na frente dela parado. Tão lindo e encantadoramente perfeito. Mas se não há entrega, não há calor. Ela não sentiu seu coração bater mais forte, como pensou que sentiria e seu príncipe, triste, percebeu.
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– Você está diferente. - ele não fez rodeios.
Ela calada permaneceu.
– O que aconteceu? - ele não esperava aquela indiferente recepção.
– O tempo me mudou. Você demorou demais e eu não suportei a dor que a sua ausência me causou – ela assim deduziu. Não havia outra resposta lógica.
– Eu não posso controlar o tempo, princesa.
– Nem eu meus sentimentos, príncipe.
– Eu não entendo. Eu estou na sua frente, aqui, agora.
– Mas meu amor não está. Não mais. Ele se foi. Rebelde por tanto esperar.
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Como explicar? Ninguém manda nos sentimentos. A chama não acendeu. O tempo e a distância não fortaleceram o amor que ela julgava sentir por ele. Assim, sem explicação alguma, da mesma forma que começou, terminou. Mais cedo do que ambos esperavam. Mais cedo do que ambos queriam.
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“Um mandarim estava apaixonado por uma cortesã. ‘Serei sua’, disse ela, ‘quando tiver passado cem noites a me esperar sentado num baquinho, no meu jardim, embaixo da minha janela.’. Mas, na nonagésima nona noite o mandarim se levantou, pôs o banquinho embaixo do braço e se foi.”
(Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso, p.96)
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O amor não escreve apenas histórias felizes e são justamente essas que se tornam feridas em nossos corações. Aquelas que podem até cicatrizar um dia, mas que na maioria das vezes parecem que não serão curadas jamais.
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Eu também esperava um final feliz para essa história, mas infelizmente a vida não é o conto de fadas que nós esperamos que seja, não é mesmo?
Estou voltando domingo (mais conhecido como amanhã). Espero que tudo ocorra bem e o avião não caia. Hehehe Piadinha sem graça né? Beijão, gente. Ah e que eu não tenha pegado a gripe suína!

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posted by mente inconstante at 16:00

3 Comments:

Adorei a história!!

Boa viagem!

Beijoos

22 de agosto de 2009 às 19:42  

Bela historia,o final não foi como imaginei,porém nem tudo é do jeito que a gente quer na vida,mas ficou bem bacana.
Pow tu é doida fica fazendo essas brincadeiras sem graça de avião cair e pegar gripe suína.
Ahjá ia esquecendo tenho uma proposta pra ti...
beijo

22 de agosto de 2009 às 21:22  

Confesso que o final me surpreendeu um pouco.
Mas eu gostei, me pareceu bem mais real.
A vida não é perfeita e os finais nem sempre são felizes.
Adorei esse conto!

Beijão.
E você já chegará de viagem sã e salva, amém.

23 de agosto de 2009 às 10:37  

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