Apenas por pessoas de alma já formada

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Amor

- Acaricie meus cabelos. Deite aqui do meu lado. Brinque comigo. Desvende junto a mim o que aquelas formas ali tentam dizer. Vê? Algumas estão esfumaçadas demais. Mas vê aquela ali? Parece um dinossauro. O que parece a você? Ah, como é bom estar aqui deitada. Sente o cheiro de terra molhada? Não, não pára. Gosto quando mexe assim em meus cabelos. Poderia dormir até. Se dormir realmente, você promete me proteger? Quero nossos narizes se encostando. Vire-se a mim. Estou muito mandona. O que quer você, amor?
- Só olhar teus olhos, tchê, como já olho agora.
Não peço mais nada. Tudo está perfeito assim. Só peço para o tempo não passar. Já era. Passou. Mas não em meus pensamentos. Neles este momento vai ser eterno e já é.
(silêncio)
- (sem perceber durmo)
- (sem perceber ele se apaixona ainda mais ao me ver dormir)
- (acordo) Que frio!
- Vem cá. (encosta minha cabeça em seu peito e dá-me um abraço)
- (e percebendo tanto amor nascendo em meu peito, sem controle, digo) Te amo!
- (...)
Estraguei o momento?
- (...)
Este silêncio quer dizer que sim?
- (um beijo na testa)
Sim, estraguei. Não há traço maior de amizade do que um beijo na testa. Mas ao longe ouço um tímido...
- Também, minha vida.
posted by mente inconstante at 18:42

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